Recrutar os melhores talentos é essencial para o sucesso de qualquer organização. Contudo, além das etapas operacionais, é indispensável que os profissionais de RH também tenham pleno conhecimento sobre os padrões de custo de contratação.
Afinal, mais que selecionar os candidatos ideais, integrá-los à equipe e os engajar ao propósito e às metas da empresa, é preciso clareza sobre como o cálculo do custo de funcionário impacta o orçamento e a própria rentabilidade dos negócios.
Se você quer minimizar custos, mas também reduzir riscos operacionais e ter processos mais eficientes, veio ao lugar certo. Neste artigo você vai entender quanto custa um funcionário para a empresa e conhecer as melhores dicas para otimizar o orçamento das contratações.
Quais são os custos de contratação de um funcionário?
Para saber o custo do funcionário para a empresa, é importante ter em mente as diferenças entre os modelos CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) e PJ (Pessoa Jurídica), porque cada um possui seus próprios valores, benefícios e contraindicações.
No primeiro caso, o empregador é responsável por diversos encargos e benefícios, como INSS, FGTS, férias, 13.º salário, entre outros. Já no segundo há menos obrigações, pois a contratação é de uma pessoa prestadora, que emite nota fiscal pelos seus serviços.
Dito isso, o regime PJ pode até ser mais barato que o da CLT, mas ele possui particularidades que podem não torná-lo ideal para toda empresa. Para fazer uma escolha assertiva, entenda como funciona o custo de contratação em cada caso:
Regime CLT
O cálculo de salário no regime CLT inclui todos os direitos concedidos por lei ao colaborador. Assim, considerando os benefícios, esse modelo costuma ser financeiramente mais vantajoso para quem é contratado. Contudo, a rotina de horários é mais rígida.
Para a empresa, essa opção gera custos maiores, pois existem diversas taxas adicionais além do salário bruto. A vantagem é que há vínculo trabalhista, e é possível submeter o profissional aos horários e padrões de trabalho do negócio sem riscos de passivos.
Na Consolidação das Leis do Trabalho, além do salário, o custo de contratação também inclui os seguintes pagamentos obrigatórios:
- 13.º Salário;
- Férias;
- Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS);
- Eventuais rescisões, licenças e demissão.
Além disso, o custo do funcionário inclui o vale-transporte. Trata-se de uma obrigação coletiva garantida por lei, que não deve ser adicionada ao salário, sendo paga separadamente. Por meio de acordo prévio, ele ainda pode ser trocado por auxílio combustível.
Já o vale-refeição e alimentação são tidos como opcionais, sendo definidos também por acordo. Além desses benefícios, a organização também pode optar por fornecer outros não obrigatórios, como plano de saúde, odontológico, auxílio-creche, entre outros.
Somados aos treinamentos, todos esses pontos acabam aumentando o custo de contratação. Por mais que sejam valores opcionais, eles contribuem para a manutenção de uma equipe mais qualificada e engajada.
Por fim, para saber exatamente quanto custa um funcionário para a empresa no regime CLT, também é preciso conhecer as taxas e encargos sociais próprios de cada regime tributário. Veja as diferenças entre o Simples Nacional e Lucro Real ou Presumido:
Simples Nacional
As empresas registradas no Simples Nacional, que têm receita bruta anual de até R$ 4,8 milhões, não pagam salário-educação, INSS patronal, seguro acidente de trabalho (SAT) e contribuições ao Incra, Sesi, Sebrae e Senai. Seus encargos são:
- 8,33% de fração do 13.º salário;
- Fração de férias de 11,11%;
- 8% de FGTS;
- 4% de FGTS referente à provisão de multa para rescisão;
- 7,93% na parte previdenciária, que inclui férias, FGTS e descanso semanal remunerado.
Considerando essas taxas, podemos dizer que cerca de 40% do montante investido pela empresa para arcar com um funcionário não vai diretamente ao seu salário, mas é convertido em tributos.
Lucro Real ou Presumido
No caso das organizações que faturam mais que o limite imposto pelo Simples Nacional, outras taxas são incorporadas no custo de contratação. Além das obrigações tributárias citadas acima, ainda há acréscimo da alíquota de terceiros, INSS patronal e outros encargos. Confira:
- 8,33% de fração do 13º salário;
- Fração de férias de 11,11%;
- 8% de FGTS;
- 4% de FGTS referente à provisão de multa para rescisão;
- 7,93% na parte previdenciária, que inclui férias, FGTS e descanso semanal remunerado;
- 3% de Seguro de Acidente de Trabalho (SAT);
- 20% de INSS;
- Salário Educação de 2,5%
- 3,3% para o Sistema S (Sebrae, Senai ou Sesi).
Portanto, para o Lucro Real ou Presumido, a resposta para quanto custa um funcionário se torna maior. Quase 70% do dinheiro investido para custear o colaborador acaba sendo convertido em impostos.
Regime PJ
Como citamos, o custo de contratação de Pessoa Jurídica costuma ser menor para as empresas. O empregador não precisa lidar com todos os encargos previstos pela CLT, podendo inclusive repassar esse dinheiro diretamente para o colaborador.
Assim, o profissional poderá receber um salário maior, mas deverá lidar com os impostos por conta própria. Outra vantagem é a flexibilidade de horários, já que não há vínculo direto com o negócio e nem exigência das horas previstas em lei.
Entretanto, o trabalhador PJ não recebe os benefícios sociais, como férias e 13.º salário. Isso sem falar que, em caso de demissão, não há enquadramento no auxílio-desemprego, sendo o recebimento limitado apenas ao dinheiro acordado no contrato de prestação de serviço.
Para a organização, o custo de contratação diz respeito apenas ao salário bruto e a eventuais treinamentos. Ademais, não há nenhuma outra obrigação, já que o profissional PJ é equivalente a um prestador de serviços.
Contudo, isso também traz algumas desvantagens. Não é possível, por exemplo, estipular um horário para início e término da jornada. Esse fato pode ser interpretado como vínculo de emprego, descaracterizando a PJ.
A exigência feita ao trabalhador é apenas sob a entrega do serviço prestado. Do contrário, é possível que existam passivos trabalhistas com penalidades bastante caras. Essas limitações e riscos devem ser incluídos na avaliação de quanto custa um funcionário para uma empresa.
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Cinco dicas para economizar na contratação de novos funcionários
Agora que você já sabe o que levar em consideração na hora de avaliar o custo de contratação de um novo colaborador, confira algumas dicas para economizar dinheiro na sua gestão de RH sem comprometer a qualidade dos recrutamentos:
Analise e otimize os custos de contratação
O primeiro passo para economizar no custo de contratação é mapear todos os valores envolvidos. Liste quais serão os investimentos para anunciar a vaga, na infraestrutura para o processo de recrutamento, equipe de RH que será envolvida, entre outros detalhes pertinentes.
Ao entender os custos com anúncios, você será mais assertivo na escolha das plataformas. Da mesma forma, ao traçar a infraestrutura e profissionais envolvidos, é possível eliminar etapas desnecessárias, otimizar pontos fortes e ter uma seleção mais eficiente.
Tenha atenção aos canais e descrições da vaga
Por falar nas plataformas de anúncios, hoje existem diversos sites gratuitos para divulgação. Seja no LinkedIn, redes sociais ou sites especializados, é possível segmentar o público que você deseja atingir e encontrar os grupos de profissionais ideais para o cargo a ser preenchido.
Além de traçar o perfil de candidato ideal na plataforma, descreva a vaga de maneira detalhada e alinhada às pretensões da empresa. Assim, você atrai apenas quem tem o perfil esperado e poupa tempo com análises de currículos e entrevistas que não estejam de acordo com o cargo.
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Foque no employer branding
Employer branding é o processo de criar e promover a reputação da empresa como empregadora atraente. De acordo com o LinkedIn, esse investimento poupa em até 43% o custo de contratação.
Ao se posicionar como um excelente lugar para trabalhar, o negócio terá mais facilidade para atrair os melhores talentos do mercado na hora de divulgar suas vagas. Por isso, vale manter um trabalho permanente de valorização da imagem da organização enquanto empregadora.
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Invista em capacitação e fit cultural
Durante o recrutamento, vá além da avaliação do currículo e das competências técnicas. Mais do que isso, você precisa certificar-se de que o perfil dos profissionais é compatível com a empresa. Além de aptos, eles precisam se sentir pertencentes e motivados na organização.
Outra forma de diminuir o turnover e ainda aumentar a qualificação do time é investir em capacitações. Às vezes, vale mais ter colaboradores com engajamento e capacitá-los do que investir grandes quantias em pessoas de currículo extenso, mas sem fit cultural.
Analise dados e automatize processos
Ao coletar dados sobre o processo de admissão, como o tempo de preenchimento de vagas, qualidade e diversidade das contratações, aderência dos candidatos ao perfil da empresa, entre outros, você consegue encontrar gargalos e pontos de melhoria com mais eficiência.
Isso pode ser feito com o apoio de plataformas automatizadas de RH, que ainda permitem gerenciar os recrutamentos em tempo real, gerir documentos online e validá-los com assinatura eletrônica, levantar e analisar perfis indicados para cada área, entre outras possibilidades.
Se você quer otimizar o custo de contratação e ainda contar com um sistema completo de gestão e visão estratégica para o RH, conheça o software de Recursos Humanos da Benner. Explore as possibilidades da plataforma e descubra como ter um RH mais produtivo, estratégico e 100% digital.