A ciência de dados já vem sendo aplicada ao marketing digital e em diversas outras áreas há bastante tempo. Em todas elas, com comprovados bons resultados. Essa mesma tecnologia vem permitindo que todos os setores da economia caminhem para um ambiente data-driven. E com a área jurídica não seria diferente.
Quando falamos sobre a área do direito no Brasil os desafios são gigantescos. Nesse caso, com um judiciário enorme, os desafios da sociedade são muitos. Mudanças de legislação, milhões de processos administrativos e judiciais são alguns dos desafios enfrentados. Mas a ciência de dados pode ajudar a resolver essas questões.
Portanto, se você quer se tornar um gestor jurídico mais estratégico na tomada de decisões, siga na leitura do artigo!
O conceito da ciência de dados
A data science, ou ciência de dados como também é conhecida, é o estudo dos dados para extrair informações significativas para os negócios.
Ela é uma abordagem de diversas disciplinas em conjunto. Sua execução se dá através da combinação dos princípios e práticas das áreas de matemática, estatística, inteligência artificial e engenharia da computação. Tudo isso com o objetivo de analisar grandes quantidades de dados e, a partir destes dados, retornar informações valiosas para o analista.
E quando falamos em grandes quantidades de dados, é inevitável falarmos de big data.
Big data é a área do conhecimento que estuda como tratar, analisar e obter informações a partir de conjuntos de dados muito grandes.
Sendo assim, através das informações obtidas é possível tomar decisões fundamentadas. Alguns exemplos são os planejamentos ações de mercado ou até mesmo desenvolvimento de produtos mais aderentes aos seus clientes.
O contexto brasileiro
Com um judiciário extremamente grande e complexo, o cenário brasileiro é muito peculiar. A visão exata sobre a legislação vigente passa a se tornar difícil. Dentro dessa dificuldade entram as questões de elaboração das provisões dos processos, verificação dos detalhes dos processos e tendências de decisões. No entanto, mais do que as questões litigiosas, a dificuldade pode ser encontrada nas medidas de prevenção, mediação ou conciliação.
Porém felizmente com o avanço das políticas de dados abertos do poder público, estamos tendo um cenário favorável para mudança. A adesão aos processos eletrônicos e a publicidade dessas ações estão contribuindo para isso. E o resultado? Uma gestão jurídica mais eficiente e a possibilidade do uso efetivo do data science.
Somado a isso, o avanço no uso das técnicas de inteligência artificial, robôs, automação e machine learning têm contribuído para o avanço. Essas técnicas fazem a extração de gigantescos conjuntos de dados de milhares de documentos. Essas informações extraídas servem de base para que diversas áreas de atuação obtenham informações. Dessas informações são feitas análises de dados e, com isso, retornam insights valiosos para a área jurídica.
Tecnologia como aliada do direito
A tecnologia tem progredido rapidamente nos últimos anos, permitindo que mais pessoas sejam capazes de traduzir textos para o formato computacional. Isso é uma das principais razões pelas quais o processamento de linguagem natural tem se tornado cada vez mais relevante.
Atualmente já é possível ter acesso a projetos inovadores. Alguns exemplos são as empresas que trabalham com jurimetria, ERP e BI feitos especialmente para o jurídico. Esses projetos são capazes de melhorar a gestão do judiciário e orientar o trabalho dos departamentos jurídicos e dos escritórios de advocacia.
E quando falamos da aplicação da ciência de dados ao direito, as áreas abordadas são diversas. Seja na área da saúde, no direito do consumidor, no campo trabalhista ou tributário.
Com a aplicação de ciência de dados é possível compreender assuntos estratégicos. E essas respostas são cada vez mais rápidas e assertivas. Afinal, a ciência de dados pode ser aplicada em variadas áreas de atuação.
Um dos exemplos de resultado das aplicações é entender onde é necessário melhorar os procedimentos internos de uma empresa. Entender quais são as causas raízes para entrada de processos trabalhistas, por exemplo. Assim, a fim de impedir que problemas se repitam, é recomendado encontrar a melhor maneira de lidar com cada um.
Por essas razões, a tecnologia está transformando os serviços jurídicos, com impactos em todos os ambientes das empresas e do mercado. Através do uso dessas ferramentas, é possível mudarmos o cenário da prática jurídica, até então visto como fonte de problemas e custos. Dessa maneira, passamos a colocá-la com ativos estratégicos muito relevantes para a gestão da empresa ou escritório.
Aplicações práticas
Antes de tudo, vale entender quais são os problemas que se pretende resolver. Afinal, já existe uma máxima na área da inovação: toda solução possui um problema, mas nem todo problema possui uma solução.
Logo, entender os conceitos relacionados ao seu uso é fundamental para buscar as técnicas mais adequadas.
Por isso, como primeiro passo, para trabalhar com ciência de dados devemos organizar os dados internos. A partir do momento que você possui a base de dados tratada e uniforme, as possibilidades são inúmeras. É possível cruzar o banco de dados com os bancos de outras áreas e, com isso, chegar a insights interessantes.
Ao efetuar o cruzamento de dados é possível entender as ligações entre as disputas que acontecem dentro e fora dos tribunais. E mais do que isso: também as circunstâncias do cotidiano, por exemplo.
E para aqueles que ainda tem medo de perder a sua posição para a tecnologia, pode ter certeza de que está enganado. A ciência de dados pode te trazer inúmeros insights, mas as análises intelectuais somente podem ser feitas por humanos.
Por isso, engana-se quem diz que todas essas análises funcionam sem pessoas. Seja a tecnologia ou a ciência de dados, nenhuma delas veio para roubar espaço dos profissionais no mercado de trabalho. Mas sim, para melhorar a qualidade daquilo que é entregue.
Logo, é preciso desmitificar essas questões. Os robôs sempre terão vantagem competitiva em termos de eficiência. Afinal, robôs podem ser usados para examinar, organizar e classificar grandes quantidades de documentos. Porém isso só acontecerá se forem programadas com essa finalidade.
Afinal, eles não serão capazes de trazer o input intelectual. Sendo assim, não são capazes de substituir a importância dos profissionais do direito e dos outros setores das companhias.
Assim, não devemos discutir se os profissionais jurídicos terão as suas posições ameaçadas. Mas sim, incentivar para a formação dessas novas habilidades. Incentivar o aprendizado contínuo e a constante melhora dos times com novas habilidades. Do mesmo modo que se deve incentivar o uso crescente dessas soluções.
Afinal, as mudanças de gestão e também culturais, que gerarão o engajamento do time permite que melhores resultados sejam entregues. Seja por departamentos jurídicos, seja por escritórios de advocacia.
A riqueza dessa transformação está nas múltiplas disciplinas que são abordadas. Se antes em um departamento jurídico só se viam advogados, hoje em dia é possível vermos engenheiro de dados ou engenheiros jurídicos. Isso nos mostra que mesmo com todos esses avanços, as pessoas continuam fazendo a diferença. Novas posições são criadas para podermos lidar com os avanços tecnológicos.
Por onde começar
Para quem tem interesse em iniciar na área, atualmente o mercado já conta com diversos cursos que introduzem o assunto. Uma das possibilidades focada no mercado jurídico e com curta duração é o curso da Future Law. Nesse curso você poderá entender a diferença entre ciência de dados e jurimetria, por exemplo.
Mas caso você procure algo mais profundo, como uma pós-graduação lato sensu, há diversas instituições renomadas que já possuem cursos nessas áreas. Porém não são focadas estritamente ao direito.
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