Antes vista apenas como uma tendência para o futuro da medicina, a saúde digital hoje é uma realidade que influencia significativamente as rotinas das unidades de atendimento, das operadoras, dos pacientes e dos profissionais da área.
Enquanto a tecnologia avança e influencia a sociedade e o mercado, o setor médico absorve as inovações, obtendo mais eficiência, segurança e assertividade em praticamente todas as frentes de atuação.
Mas, afinal, o que significa saúde digital? Quais conceitos ela envolve? Como se dá sua evolução? Quais suas principais vantagens e tendências? O que ela engloba em termos de tecnologia? Neste artigo, você entenderá os detalhes mais importantes sobre o tema.
O que é saúde digital?
A saúde digital engloba todas as transformações que as novas tecnologias promovem na medicina. Gera melhorias às rotinas dos profissionais, aos processos das unidades de atendimento e aos cuidados prestados aos pacientes.
Segundo o Ministério da Saúde, ela “compreende o uso de recursos de Tecnologia de Informação e Comunicação (TIC) para produzir e disponibilizar informações confiáveis, sobre o estado de saúde para quem precisa, no momento que precisa”.
Já a Organização Mundial da Saúde, no guia Recommendations on digital interventions for health system strengthening, define o conceito como “o uso da tecnologia da informação e comunicação no apoio à saúde e a áreas relacionadas à saúde”.
Com a modernização das instituições de saúde, ganha-se em diversas frentes. Isso vai desde a garantia de um atendimento mais humanizado e personalizado aos pacientes até um melhor acompanhamento dos quadros clínicos, promoção de práticas mais eficazes de qualificação, monitoramento mais assertivo em saúde, viabilização da telemedicina, e assim por diante.
Como era o panorama da saúde no período pré-pandemia?
O uso da tecnologia na área da saúde já era bastante discutido antes de 2020, principalmente no setor da telemedicina. A área foi regulamentada em 2002 com a Resolução 1.643 do CFM, para viabilizar novas ferramentas de assistência, pesquisa e educação em saúde.
Entretanto, as normas não eram claras sobre as modalidades permitidas. Além disso, os serviços médicos a distância esbarravam no Código de Ética Médica, que proíbe procedimentos sem exame direto do paciente.
Isso mudou com a chegada da pandemia, que impôs a necessidade de distanciamento social. Durante o período mais grave da crise, o grande desafio foi garantir a continuidade dos atendimentos médicos, mas sem exposição aos riscos da covid-19.
Considerando que a telemedicina oferece as condições ideais para sanar essa demanda, foram criados instrumentos emergenciais para a sua liberação, como a Portaria 467/20 e a Lei 13.989/20.
Essas medidas perderam a validade com o fim do período de emergência sanitária, mas o CFM divulgou recentemente a Resolução 2.314/2022, que regulamenta a prática da medicina remota de maneira definitiva.
Quase metade dos brasileiros utilizou algum serviço de telemedicina durante a pandemia, e 65% daqueles que não usaram a consideram útil, mas ainda não tiveram a oportunidade de experimentá-la, segundo dados publicados pelo portal Medicina SA.
Com base nessa crescente taxa de adesão, e nos próprios avanços legais sobre o tema, podemos dizer que o período pandêmico contribuiu muito para acelerar a saúde digital, difundindo sua viabilidade e seus benefícios em prol de uma adesão definitiva e crescente.
Transformação digital na saúde para além da telemedicina
O crescimento exponencial da telemedicina durante a pandemia gerou grande aceleração rumo à medicina do futuro, mas vale ressaltar que a relação entre saúde e tecnologia vai muito além da interação online e remota entre médico e paciente.
Hoje, a transformação digital na saúde é uma realidade abrangente, pautada na adoção de novas ferramentas digitais, recursos tecnológicos e processos inovadores de gestão, voltados à otimização dos processos em clínicas e hospitais.
Seu foco é garantir que o avanço da tecnologia caminhe lado a lado com a otimização de toda a cadeia assistencial, promovendo uma cultura orientada à inovação e viabilizando modelos mais eficientes de gestão.
O objetivo é agregar mais produtividade às instituições, agilidade nos serviços prestados, otimização dos recursos humanos e financeiros, melhores políticas de atenção à saúde e ganhos em segurança, qualidade e humanização no atendimento dos pacientes.
Inúmeras ferramentas e vantagens justificam a importância da tecnologia na saúde. Continue acompanhando este artigo para entender todas elas, além dos impactos culturais que proporcionam a toda a rede de assistência.
Automatizar processos é apenas o início
As otimizações que a saúde digital promove sobre as rotinas e métodos de gestão das unidades de atendimento facilitam a conectividade e a automatização dos processos.
Ainda que a automação hospitalar e clínica seja uma parte fundamental desse movimento transformacional, a verdade é que ela representa o início de uma verdadeira revolução na mentalidade no setor.
Afinal, quando tratamos sobre melhorias nas condições de trabalho dos profissionais da saúde, em um melhor gerenciamento dos fluxos de pacientes, no aprimoramento da gestão hospitalar, entre outras vantagens semelhantes, os maiores ganhos são na última ponta da cadeia.
Ou seja, o grande beneficiado pelo sistema de saúde digital é sempre o paciente, que passa a ocupar o centro de todas as demandas de maneira ainda mais contundente, porque todo o processo de inovação é orientado às suas necessidades.
Quando há uma cultura guiada pelo futuro da medicina, a busca sobre quais as contribuições da tecnologia para a saúde é sempre guiada pela garantia dos melhores recursos e ferramentas possíveis para melhorar a qualidade da assistência.
Isso vai muito além das inovações adotadas para o paciente, afinal, quanto mais processos internos são otimizados e automatizados, menos a equipe médica precisa se preocupar com demandas operacionais e mais tempo tem para se dedicar às pessoas.
Nos hospitais e clínicas digitais, todos os ganhos proporcionados pela tecnologia devem ser orientados por uma mentalidade em que o paciente é o centro. Entenda abaixo quais são essas vantagens e como elas impactam o público atendido.
Principais vantagens da digitalização da saúde
Como você pôde ver, a relação entre saúde e tecnologia não só melhora a produtividade e gestão de recursos das empresas do setor, como também impacta diretamente o bem-estar dos pacientes. Isso é possível graças a vantagens como:
Gestão de dados mais eficiente
Por meio de soluções como big data, Business Intelligence ou até internet das coisas, as instituições de saúde podem coletar dados de praticamente todos os seus processos. Além disso, eles são armazenados e geridos de maneira automatizada.
Esses dados são convertidos em informações estratégicas, disponibilizadas em tempo real em painéis e gráficos de fácil compreensão. Com esses insumos, a tomada de decisão, a identificação de gargalos e o reconhecimento de oportunidades ficam muito mais assertivos.
Aumento da produtividade
Quando depende de registros manuais ou de sistemas muito engessados, a equipe médica fica sujeita a erros nos registros e à lentidão durante sua utilização. A saúde digital visa a eliminar esses problemas por meio da interconectividade.
Com sistemas inteligentes e integrados, todos os setores das instituições de saúde são beneficiados. Afinal, os processos e suas respectivas informações se tornam mais ágeis e assertivos, sejam eles ligados à parte gerencial ou assistencial.
Maior precisão no diagnóstico
A coleta, o armazenamento e o tratamento constantes dos dados não beneficiam apenas a gestão das unidades de saúde, mas também agregam precisão médica nas práticas e decisões tomadas para o paciente.
Afinal, os sistemas podem disponibilizar todo o histórico da pessoa atendida, suas medicações, casos de doenças familiares, cirurgias prévias, entre outros dados pertinentes. Tudo isso garante mais clareza no diagnóstico, além de segurança e eficiência nos tratamentos.
Mais eficiência na relação com o paciente
Inúmeros recursos de saúde digital proporcionam uma relação mais eficiente com o paciente. Entre os mais populares está o agendamento online. A pessoa interessada pode marcar uma consulta ou exame a qualquer hora e horário.
De maneira semelhante, o sistema adotado pode disponibilizar o portal do paciente. Nele o público pode acessar seus laudos, exames e outros documentos sem precisar deslocar-se. Outras ferramentas ainda poderiam ser mencionadas, como a confirmação de atendimento via mensagem, históricos de registros de faturamento, a própria telemedicina, e assim por diante.
Redução de custos
Você já percebeu como as ferramentas que compõem a saúde digital garantem processos mais eficazes, céleres, seguros e assertivos. Tudo isso somado à gestão completa e transparente sobre as informações da unidade.
O resultado direto desse maior controle e otimização é a redução de custos operacionais, minimização de desperdícios, redução de glosas e eliminação de gargalos gerenciais que podem afetar o desempenho financeiro da organização.
Algumas das tecnologias essenciais na digitalização da saúde
Como citamos, a saúde digital engloba todas as tecnologias que, de maneira direta ou indireta, consigam impactar a qualidade e o desempenho dos profissionais e das organizações que fazem parte deste segmento.
Isso significa que o conceito pode se referir a ferramentas com finalidades diversas e em diferentes estágios de desenvolvimento. Contudo, algumas tendências atualmente ditam sua evolução e já são integradas às rotinas de clínicas e hospitais. Conheça as principais delas:
Inteligência artificial
Por aprender com os dados e traçar decisões automaticamente a partir deles, a inteligência artificial já é utilizada na tomada de decisão dos médicos, que conseguem definir diagnósticos e tratamentos mais assertivos.
Ela também é empregada nos sistemas de gestão. Por exemplo, no faturamento hospitalar, os grandes volumes de dados das instituições são analisados de maneira imediata e livre de erros, prevenindo falhas e prejuízos nessa atividade tão crítica.
Prontuário eletrônico
Já o prontuário eletrônico serve para digitalizar as informações médicas dos pacientes. Elas incluem desde o histórico do indivíduo até suas prescrições, imagens de exames, laudos, medicamentos, entre outros dados importantes.
Sua utilização é fundamental para integrar as informações das pessoas atendidas e evitar ruídos nos registros. Além disso, os dados podem ser acessados facilmente pelos profissionais, de maneira segura e protegida, em qualquer dispositivo.
Impressão 3D
Enquanto a tecnologia de impressão 3D se populariza no mercado, o setor de saúde digital também já começa a desfrutar dos seus benefícios. A principal finalidade é criar modelos exatos e personalizados de próteses para os pacientes.
Outra tendência na área é a impressão 4D. Ainda em processo de desenvolvimento, ela prevê que as impressões possam incluir materiais inteligentes, como biomateriais capazes de substituir tecidos humanos, por exemplo.
Realidade virtual e realidade aumentada
Na saúde digital, a realidade virtual pode ser usada para criar tratamentos de reabilitação personalizados. Por simular ambientes, ela pode promover espaços ideais de interação para pacientes sensíveis ou que tenham estresse pós-traumático, por exemplo.
Já a realidade aumentada prevê a inserção de elementos digitais no mundo físico. Uma aplicação já utilizada é o uso de dispositivos com telas que auxiliam as enfermeiras a encontrarem as veias dos pacientes.
Internet das coisas
A internet das coisas, como o nome sugere, é utilizada para conectar todos os objetos possíveis online. Seu objetivo é criar uma interconexão entre eles, que viabiliza a coleta de dados e a automatização.
Sua aplicação na saúde digital pode ser bastante abrangente. Ela vai desde a coleta de informações nos leitos até a gestão remota de pacientes, práticas de biossegurança hospitalar, entre outras.
Big data
Enquanto a internet das coisas é responsável por coletar um volume imenso de dados nas instituições, a gestão e o tratamento dessas informações são feitos por meio da tecnologia chamada de big data.
Com o apoio de recursos como machine learning, o big data analisa esses dados e os converte em decisões para a saúde digital, que podem estar relacionadas aos procedimentos com os pacientes ou à própria gestão da unidade.
Principais tendências na gestão da saúde digital para os próximos anos
Os avanços na área da saúde digital estão surgindo a todo momento, gerando impactos em todas as frentes da cadeia assistencial. Confira um breve resumo das tendências esperadas para os próximos anos.
No hospital
Os sistemas hospitalares serão cada vez mais apoiados em recursos como business intelligence, analytics e inteligência artificial.
A meta é processar o maior número possível de dados, garantindo uma visão mais completa e clara das decisões gerenciais das instituições, desde a parte financeira e de faturamento até a gestão de profissionais e pacientes.
Nas operadoras de saúde
Nas operadoras, o foco é na integração dos seus sistemas com os softwares de controle dos hospitais.
Quanto atingido de maneira plena, ele não só vai minimizar erros oriundos de falhas nos registros, como também permitirá um maior entendimento sobre a população de pacientes, viabilizando ações de redução de sinistralidade voltadas à prevenção efetiva de doenças.
Na medicina diagnóstica
Sistemas de Informação em Radiologia e Sistemas de Comunicação e Arquivamento de Imagens permitem unificar as informações diagnósticas.
Com a computação em nuvem, ocorre a unificação da comunicação entre as diferentes áreas clínicas e hospitalares. Já com o apoio da inteligência artificial, esses recursos podem tornar os diagnósticos ainda mais precisos.
Na clínica
A saúde digital aplicada à clínica médica é mais focada no uso de sistemas inteligentes. Eles servem para automatizar todas as rotinas possíveis, dos serviços prestados às demandas de backoffice.
Seu objetivo é otimizar desde o agendamento dos pacientes até o faturamento dos procedimentos, gerando melhores retornos, menores custos e mais qualidade assistencial.
Por que um bom sistema é essencial para a digitalização da saúde?
Desfrutar dos benefícios e avanços promovidos pela saúde digital já é possível na sua empresa. Atualmente, o principal caminho para aderir a essa tendência é por meio de um bom sistema de gestão.
Com o software ideal, você centraliza os seus processos, moderniza as suas rotinas e otimiza a sua tomada de decisão, garantindo mais qualidade nos serviços, redução de custos e mais oportunidades para crescer no mercado.
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